terça-feira, 21 de abril de 2009

Michael Camille (1958 - 2002)



“lascivious apes, autophagic dragons, pot-bellied heads, harp-playing asses, arse-kissing priests and somersaulting jongleurs to be found protruding from the edges of medieval buildings and in the margins of illuminated manuscripts”

Michael Camille


As coisas devem começar pelo princípio.
E na História da Arte, o princípio começa pelas definições, pelas obras ou pelas pessoas.
E como sem pessoas não existem definições, nem obras, nem análises de obras que conduzam a definições, nem necessidade de criar definições ou analisar obras, é por elas que começamos – pelas pessoas.
Michael Camille, a quem atribuímos a progenitura do recém-nascido estudo da marginalia – pai de facto e de direito, o primeiro a aceitar esta incómoda manifestação da Arte Medieval na sua plenitude, sem manipulações genéticas pré-natais – marca então este começo.
Historiador da Arte, estudou em Cambridge e foi professor na Universidade de Chicago. Camille dedicou à Arte Medieval um olhar atento que lhe permitiu compreender que as tradicionais oposições entre sagrado e profano, palavra e imagem, erudito e popular não passam de binómios operativos, criados por e para a historiografia artística para melhor apreender formas e conceitos de um tempo distante e diferente (ou talvez não tão diferente assim). Em Image on the Edge, a dinâmica entre centro e periferia ganha forma e nome: marginalia, as margens profanas da arte medieval.
É, portanto, um bom começo e um bom princípio.

1 comentário:

  1. Marginália e Heráldica, coisas que se complementam e que são tão desprezadas no nosso meio. Vamos trazê-las para a luz e tirá-las da "Margem" :) Beijinho da Fleur-de-Lis*

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